O Infográfico nas Aulas de Educação para o Trânsito

Saiba como o recurso visual pode sistematizar informações e ensinar práticas de leitura, interpretação de dados de maneira didática.

Fonte: DETRAN Alagoas

Numa sociedade mergulhada em dinâmicas comunicacionais visuais, a transmissão de informações além do padrão tradicional textual corrido precisou passar por algumas alterações significativas. É um gênero dos textos muito utilizado na contemporaneidade. Todo recurso que nos atinge por meios visuais, tendo como objetivo, transmitir uma informação ou contar uma história é considerado algo dentro dos meandros da comunicação visual. É um segmento essencial para ajudar o receptor e compreender os conteúdos informativos dispostos de maneira mais rápida. Costumeiramente, os infográficos utilizam cores, imagens, movimentos, formas e desenhos variados, todos justapostos para tornar o que é dito o mais didático possível. No cenário de evolução tecnológica, acometido por uma intensa movimentação dinâmica das coisas, o infográfico se estabelece como um recurso capaz de tornar o que é exposto mais fácil de ser assimilado. O seu nome vem da junção de info e gráfico, isto é, informação + imagem/ilustração.

O seu aspecto principal é a explicação ilustrada de determinado tema. Eles podem ser enciclopédicos, tipo que se desenvolve mais focado e explicações universais, ou específicos, tipo que designa a exposição de um tema recortado, tal como nós veremos no desenvolvimento deste breve texto, focado nos infográficos sobre o impacto do uso do celular no trânsito, uma das principais situações catalisadoras de tragédias na mobilidade cotidiana.  Em sua estrutura que se define como uma perspectiva resumida e didática do conteúdo de um texto escrito tradicionalmente, isto é, corrido, utilizado atualmente nos mais diversos setores de nossa sociedade. Ao ler o infográfico, especialistas afirmam que delineamos duas zonas do cérebro: o lado direito, responsável por compreender e interpretar figuras, e o lado esquerdo, focado na escrita e no raciocínio lógico. Em linhas gerais, o infográfico nos encaminha para uma leitura em conjunto do tema desenvolvido para transmissão de informações.

Cabe ressaltar que a técnica não é novidade. Quando estudamos Renascimento Cultural e observamos a genialidade de Leonardo Da Vinci, contemplamos os desenhos que este formidável artista concebia para explicar as coisas aos que gravitavam em torno de suas criações. Por permitir uma leitura mais intuitiva e prazerosa, os infográficos permitem mais rapidez no processamento de informações, já que são visuais, tendo ainda como vantagem, a possiblidade de compartilhamento nos aplicativos e redes sociais que nos acompanham diariamente. Para que a sua iniciativa com o infográfico em sala de aula seja assertiva, busque os modelos que trazem o texto dividido em vários tópicos, produzido de forma hierárquica, com uma narrativa fluída, de linguagem simplificada repleta de dados e números, permitindo que a experiência de leitura seja complexa em termos de aprendizagem, mas dinâmica e acessível para os que se dispuserem a analisar os seus conteúdos para alguma situação de sala de aula, combinado?

Uso do celular na direção: um ato perigoso que deve ser evitado

Começaremos com um infográfico. Observe. Leia. Reflita

Fonte: Autotrac

O álcool e o excesso de velocidade são dois grandes problemas quando o assunto é violência e tragédia no trânsito. Como dito em outros textos, todo mundo sai perdendo: os cofres públicos gastam horrores com os incidentes, quem fica vivo, passa o resto de sua existência pendente de aposentadoria e considerado inválido para a vida social e econômica. Se tivéssemos uma população mais educada e consciente da necessidade de agir com postura cidadã no trânsito, os índices de sinistros diminuiriam vertiginosamente. Além do álcool e da ultrapassagem dos limites de velocidade, temos o celular como um dos tópicos problemáticos mais recentes. De acordo com dados de uma pesquisa estadunidense do NHTSA (Administração Nacional de Segurança Viária), o uso de celular na direção aumenta em 400% as chances de envolvimento dos agentes da mobilidade num sinistro com vítimas fatais. Observe o cálculo básico, depois deste infográfico.

Fonte: Pinterest

Ler e responder uma mensagem a 50km/h equivale ao condutor atravessar 20,6 metros sem olhar para a frente. O cálculo nos expõe o seguinte: a distância pode ser comparada a 10 motocicletas enfileiradas. Se for preciso frear para evitar uma colisão ao atropelamento, o individuo não ganhará o tempo necessário para recobrar a atenção desviada. É um caso extremamente grave de postura inadequada no trânsito e pode gerar sérios sinistros, como podemos ver nos dados dispostos pela ABRAMET (Associação Brasileira de Medicina do Tráfego), instituição que destaca a média de 150 casos por dia e 54 mil por ano, envolvendo situações do tipo, totalmente evitáveis. E não é só responder mensagens, caro leitor. Navegar em aplicativos, atender ligação, mesmo com o uso de fone de ouvido, falar com alguém que esteja de fora do contexto de deslocamento do condutor é um catalisador de desatenção e, consequentemente, fator responsável por tragédias de trânsito que ceifam vidas produtivas, pois os maiores casos envolvem pessoas jovens economicamente ativas.

Enviar uma mensagem a 60km/h faz com que a pessoa percorra uma distância equivalente a um campo de futebol oficial, sem sequer prestar atenção. Se for sortudo, nada pode acontecer, mas é em casos assim que inocentes são atropelados e famílias inteiras mergulham no luto desolador, numa sensação constante de injustiça. O carro, em situações do tipo, se expõe como perigosas máquinas de matar, conduzidas por indivíduos que se deixam levar pela tecnologia e esquecem de suas responsabilidades no trânsito, afinal, quando cometemos uma falha, não nos prejudicamos somente, mas colocamos a história de outras pessoas em perigo, pois estamos diante de um espaço coletivo. Ao usar o celular no trânsito, o condutor perde 360° de sua visão e coloca a sua concentração em risco, podendo causar transtornos irreparáveis, como expostos nos infográficos que acompanham esta nossa reflexão.

Agora, vamos observar mais um infográfico.

Fonte: CONTRAN

E na sala de aula, como trabalhar com o gênero textual infográfico?

Leve o infográfico associado a algum texto. Promova a leitura. Crie questões discursivas, objetivas ou até mesmo a transformação do conteúdo em mapas mentais. É uma estratégias que funciona muito bem. Caso ache válido, selecione uma crônica ou conto, passe um vídeo motivador com o tema tangente ou direto sobre o assunto e trabalhe a capacidade dos estudantes de promover uma interpretação. Vai funcionar muito bem, aguçar o senso crítico e ampliar as possibilidades de leitura de todos os envolvidos. Sucesso. E, se você for estudante, tome nota das estratégias apresentadas e faça bonito não apenas em processos seletivos, mas em sua vida cotidiana, repleta de imagens e textos que pedem decodificação e compreensão.